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Regulamentação

[Tendências Pagamento 2016] – Todo mundo pode ser agente financeiro

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O fato de novas economias surgirem, vai abrir um novo momento: todo mundo pode virar meio de pagamento. Um dos artigos mais lidos do ano passado, o que falamos sobre “Desintermediação Bancária, ressaltou o fato do serviço Sem Parar, já ser uma espécie de “super fintech”, por conta de já ter 5 milhões de clientes usando tags para: pagar pedágios, abastecer carros e pelo que tudo indica irá possibilitar o uso das tags para pagar motéis e serviços de drive thru.

Isso indica que qualquer grande empresa que tenha uma rápida distribuição, é potencial meio de pagamento. Seja qual for o método. Empresas com quantidade grande de clientes, que sejam líderes de mercados e tenham grandes bases de informação, são de fato, grandes potenciais de processadores de pagamento em breve.

Isso pode inaugurar um “todo mundo concorre com todo mundo”, o que ilustra um mercado brasileiro praticamente aberto para novos entrantes em meios de pagamento.

Informação (base de dados) como fonte de receita

Quem tem informação, tem tudo. Baseada nessa afirmação: quem tiver os dados de clientes, podem ser de fato, um novo meio de pagamento. Empresas como Serasa, SPC, grandes redes de postos de gasolina, distribuidoras que já têm milhões de clientes “na carteira”, podem se tornar em pouco tempo, grandes agentes financeiros processando pagamento.

O case do Sem Parar é isolado, mas justificou a compra da rede ConectCar pela adquirente Rede, como noticiado na matéria: “Rede compra ConectCar por R$170 milhões.”

Qual o interesse da Rede (ex-Redecard) numa empresa de serviço de tags de carros?

varejistas

Aí é que o negócio fica interessante. O movimento da Rede, do Sem Parar e de outros segmentos, inaugura uma nova ordem no segmento financeiro: a desintermediação bancária, que proposta pelas fintechs, vai ser explorada por gigantes do varejo. Os bancos terão dois caminhos para conter esse avanço: ou compra ou inova. Em tempos de 2016, onde a inadimplência vai aumentar, e empresas vão minar seus recursos, os únicos que terão dinheiro de sobra para comprar serão bancos. Isso deve intensificar a aquisição de startups de pagamento em 2016.

Varejistas como a Máquina de Vendas, por exemplo, já procuraram players do mercado de pagamentos para estudar o potencial, o Grupo Pão de Açucar tem tamanho suficiente para ser maior que metade dos adquirentes brasileiros e a Certisign, certificadora digital, comprou a startup de pagamentos OneBuy, visando entrar de cabeça num mercado onde informação é imprescíndivel. Entenderão os sinais?

E não serão somente grandes varejistas. Softwares, comércios, plataformas e-commerces e até empresas de cobrança, já ensaiam entrar no mercado. Algumas empresas médias no país já têm internamente gateways de pagamento (mesmo que fora do PCI Compliance), construídos em casa, para atender demandas que não viam no mercado há 15 anos atrás. Esse será um bom momento para decidirem a manutenção desses sistemas ou a criação de novos, mesmo que dentro de casa.

A ponta do iceberg é o subadquirente

Por incrível que pareça algumas administradoras de condomínios (com bastante volume transacional), já fazem processos internos de subadquirência de boletos, facilitando assim, negociações com bancos para cada prédio administrado. Essa também é a realidade de algumas grandes redes de franquias, que centralizam os recebimentos de cartões, boletos e débito em uma cont central, para só depois repassarem (com um fee % descontado) aos franqueados. Isso, o Banco Central nem sabe como regulamentar, porque são empresas que não nasceram com o propósito e atividade de meio de pagamento.

Mas é importante saber que a preocupação do Banco Central, mesmo que inicial, em regulamentar o sistema, ainda é importante para que se criem mecanismos “antitruste” para casos como o da Akatus, que nos deu uma lição incrível dois anos atrás. Apesar desses desafios de regulamentação, de tecnologia e conhecimento, centenas de pedidos de se iniciar um subadquirente no Brasil, estão parados na burocracia de adquirentes, bandeiras e bancos, já que cautela é o nome da maior missão do Banco Central e reguladores. A maioria dos adquirentes estão solicitando carta-fiança para aprovar subadquirentes de pagamento dentro de suas operações. Então, tem que ter funding, além de vontade de entrar nesse mercado. Coisa que empresas como Raízen, Sem Parar, ConectCar (já citadas) têm de sobra.

Não estranhe algumas soluções nascendo dentro de grandes varejistas, dando um “by pass” em: bancos, adquirentes e meios de pagamento tradicionais. É a selva.

O mercado de pagamentos é um dos poucos que mesmo com a crise, é de enorme potencial.

O ponto de encontro das fintechs e revolução financeira no país.