Meios de Pagamento
Cartões pré-pagos: além da oportunidade, quais são os benefícios?
Um mercado em crescimento no país, os cartões de pagamento pré-pagos têm se mostrado uma boa alternativa aos cartões de débito e crédito para o consumidor, principalmente àquele que busca maior segurança, estabilidade financeira e escapar das altas taxas de cheque especial e juros de cartão de crédito.
Com uma série de benefícios exclusivos, esta modalidade de instrumento de pagamento é uma opção interessante em tempos de instabilidade econômica, por promover a inclusão financeira do consumidor que não possui vínculo com instituição financeira e, simultaneamente, ser uma alternativa para estas instituições, que podem fornecer cartões pré-pagos sem a preocupação de prejuízo por inadimplência do portador, vez que o aporte de créditos ocorre antes da compra de bens e serviços.
Cartões pré-pagos, oportunidade e benefícios
a) Facilidade de acesso e bancarização da população
A praticidade na obtenção de um cartão pré-pago, que não envolve grande burocracia e restrições a que comumente está sujeita a contratação de serviços bancários, é um dos grandes pontos positivos do instrumento. Por não dependerem da manutenção de uma conta bancária – diferentemente dos cartões de débito e crédito -, os pré-pagos são boa opção para a parcela não bancarizada da população brasileira, e se tornam ainda mais inclusivos por não exigirem do portador comprovação de renda ou “nome limpo”.
Em muitos casos, estes cartões podem ser adquiridos em lojas de departamento ou online, necessitando apenas de informações simples, como o nome e o CPF do portador, e sua recarga pode ser efetuada até mesmo por boleto, sendo, portanto, uma boa escolha para remuneração de trabalhadores sem conta em banco, que hoje em dia ainda é feita em sua maior parte em dinheiro em espécie.
b) Possibilidade de maior controle financeiro
Outro grande atrativo dos pré-pagos é a impossibilidade da contração de dívidas provenientes diretamente do seu uso. Enquanto os cartões de débito e crédito geralmente possuem elevadas taxas de juros para utilização de cheque especial ou do chamado limite rotativo do cartão de crédito, no cartão pré-pago o consumidor só pode se utilizar da quantia previamente carregada no cartão. Essa é uma boa saída para quem frequentemente se encontra gastando “mais do que tem” e, consequentemente, contraindo ainda mais dívidas com as ditas taxas. É, portanto, um instrumento que pode auxiliar na educação financeira do consumidor, o ensinando a ter um planejamento de gastos mais adequado ao seu perfil econômico.
Tal possibilidade de controle e limitação de gastos ainda é útil para situações que envolvam o uso do cartão por terceiros. Os pré-pagos são boa indicação para pagamento de mesada aos filhos, que terão eles mesmos de desenvolver bom planejamento financeiro, e também para o uso por terceiros para compras em orçamento fixo, como compras no mercado feitas por empregados domésticos ou compra de materiais de construção feita por pedreiros.
c) Uso em viagens: segurança e controle
Embora o aumento da alíquota de IOF em 2014, de 0,38% para 6,38%, nas operações nas operações de câmbio para aporte em cartões pré-pagos de moeda estrangeira tenha desestimulado seu uso enquanto meio de pagamento em viagens internacionais, os pré-pagos ainda são boa opção para quem quer correr menos riscos no uso apenas de dinheiro vivo no exterior, e também possibilitam mais controle durante a viagem, ao limitar o uso do cartão ao saldo e ao possibilitar o controle das compras.
Além do controle do orçamento da viagem, outra vantagem sobre o cartão de crédito é a segurança do consumidor contra as flutuações das moedas, problema comum durante os tempos de crise financeira. Enquanto o pagamento dos débitos contraídos com o cartão de crédito pode diferir do preço originalmente estimado na data da compra a depender da cotação da moeda na data do pagamento da fatura, as compras com o cartão pré-pago são descontadas, quando efetuadas, dos créditos em moeda estrangeira disponíveis no cartão, sem necessidade de novas operações de crédito, evitando a “aposta” que ocorre com os cartões de crédito – atualmente bastante perigosa ao consumidor brasileiro.
Assim, é clara a perspectiva de crescimento dos cartões pré-pagos no mercado de pagamentos brasileiro para os próximos anos, especialmente nos segmentos voltados ao atendimento da parcela de mais baixa renda. Esse crescimento contribuirá também para a bancarização de parte da população brasileira que ainda não possui conta em banco.