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IDwall recebe nova rodada de R$2 milhões.
O que os fundos de investimentos Canary.VC, formados pelos fundadores do Peixe Urbano e Printi e a Monashees, um dos fundos brasileiros com maior atuação por aqui, estão vendo nessa startup que ainda não concluiu um ano de vida?
Fundada em Julho de 2016 (apenas 7 meses) a startup de dados vem chamando a atenção de bastante gente de peso. Prova disso é que no último batch (formação da aceleração) da 500 Startups, uma das maiores aceleradoras do mundo, e que também investiu na startup, a IDwall era a única startup fully booked (com o limite de captação atingido) dentre todas outras startups do mundo, no evento na Califórnia.
Antes de voltar para o Brasil, Lincoln Ando (co-fundador da IDwall) ainda precisou recusar alguns investidores americanos por conta dos pré-acordos fechados no Brasil.
O que fez a Monashees, Canary e 500 Startups investirem na startup ainda em fase inicial?
A história da IDwall se confunde com a própria história dos fundadores, que haviam trabalhado juntos na fundação do Banco Original e também nos empreendimentos que montaram antes de criar o IDwall. Lincoln e Raphael Melo (o outro co-fundador) validaram a ideia de resolver um problema gigantesco de R$11 bilhões de reais (esse o tamanho da fraude brasileira com documentação falsa usada em cadastros e abertura de contas).
Tanto é grande o problema, que a adoção do serviço da startup, já é notória. Bancos, adquirentes, facilitadores de pagamento e financeiras estão procurando a startup ávidos por solucionar fraudes em cadastros, validação de documentos e verificação de identidade. Tudo isso através de uma plataforma on-line de dados. Segundo Lincoln, a espera já ultrapassa cerca de 100 empresas, para o uso da ferramenta.
O IDwall permite através de uma API e de um dashboard a verificação automática de dados cadastrais e verifica documentos em tempo real. Marketplaces, bancos digitais e fintechs estão usando a ferramenta para automatizar boa parte dos cadastros e análises.
O ponto de partida de um mercado potencialmente grande, mais a ideia validada, chamou a atenção dos fundos. Mas não só deles.
Anjos empreendedores
Antes mesmo dos fundos, Lincoln e Raphael foram atrás de alguns empreendedores para o uso da ferramenta e também para validar o produto nas empresas respectivas. Antes mesmo do teste e de existir um CNPJ, uma dezena de empreendedores de peso, entraram numa rodada de anjos no momento inicial da empresa.
Os empreendedores Bruno Yoshimura (Kekanto) e Rodrigo Dantas (Vindi) lideraram uma rodada – e chamaram outros empreendedores para acompanhar uma captação inicial, que ainda foi fechada com Paulo Silveira (Alura), Eduardo Brennand (Parafuzo) e Luiz Figueiredo (Pixfly). De quebra, esse movimento ainda despertou o interesse do Dorival Dourado, ex-presidente da Boa Vista Serviços e ex-diretor do Serasa. Já está virando uma tendência, empreendedores que já realizaram algum retorno de suas startups, começarem a investir em outros negócios também. Esse é o movimento da Canary e também de pelo menos uma dezena de empreendedores no Brasil.
O time inicial da IDwall e a força dos anjos empreendedores chamou a atenção da 500 Startups que aportou R$500 mil no processo de aceleração da startup e de fundos do Vale do Silício que procuraram os fundadores para garantir uma participação numa nova rodada.
Mas Lincoln e Raphael, já estavam em contato com a Monashees e com a recém fundada Canary, que tem empreendedores por trás também, onde culminou nessa semana, no aporte de cerca de R$2 milhões em investimentos.
Não é à toa que em alguns bastidores, a IDwall esteja sendo chamada de a “nova Serasa”.