Meios de Pagamento
Sangue: Rede, Safra e Getnet chamam mercado para briga.
Era de se esperar uma briga boa, pós guerra das maquininhas. E veio tão forte, que poderia ilustrar um roteiro de um dos filmes da Marvel.
Na última semana as credenciadoras de cartões Rede, Getnet e SafraPay abriram as portas do ringue e convidaram todo mercado para uma briga nunca vista antes nesse país.
Agora a guerra é taxa.
Sangue no mercado de cartões
A guerra das credenciadoras de cartões brasileiras, ganha um novo round. Virou “treta”, como dizem no popular. E das boas, reforçam os investidores do mercado. Depois de brigarem pelas isenções dos aluguéis das maquininhas, agora as taxas e os custos cobrados pela antecipação, ganham novo momento.
As três adquirentes Rede, Getnet e SafraPay, apoiadas obviamente pela estratégia de banking de Itaú, Santander e Banco Safra, respectivamente, fortalecem a tese que distribuição e um bom fluxo de caixa, vão complicar a vida das novas entrantes.
A líder Cielo, com mais de 40% do mercado, não mostrou as luvas ainda.
A primeira porrada veio da Getnet
A adquirente do Santander lançou o primeiro golpe, unificando as taxas de crédito e débito em 2%. E uniformizou os créditos das vendas para os lojistas em apenas 2 dias. Os clientes elegíveis podem aderir ao benefício, nas três versões da maquininha de bolso: SuperGet com chip; SuperGet com chip + wi-fi; e SuperGet com bobina.
O SafraPay já estava batendo forte
A estratégia do Safra em ganhar mercado é clara desde a estréia da empresa: taxa zero por um período e oferta de banking para os clientes. O lema é taxa zero para crédito à vista e taxa zero para parcelamento. O benefício é para quem vende até R$50 mil / mês. O recebimento acontece em apenas 1 dia. Zero de taxa de aluguel da maquininha.
Tiago Leifert virou garoto progaganda.
A Rede aposta na taxa zero de antecipação
A Rede, credenciadora de cartões do Itaú Unibanco, anunciou que vai zerar a taxa de antecipação de pagamentos (recebíveis) aos lojistas que efetuarem vendas à vista pelo cartão de crédito, nas maquininhas fornecidas pela empresa. Os lojistas também podem receber até 2 dias as vendas. O benefício pode ser aderido por clientes (do Itaú) que faturem até R$30 milhões / ano.
Primeiro round refletiu nas bolsas
O mercado chacoalhou, principalmente com a campanha da Rede, que inclusive está sendo investigada pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), por conta de suspeita de venda casada com o Itaú. Segundo as primeiras avaliações, o banco está usando práticas anticompetitivas.
Nesse round, pelo menos três dentes caíram.
O impacto foi grande, especialmente para as empresas do setor, listadas na bolsa. Cielo, PagSeguro e Stone sofreram no último pregão. As ações da Cielo recuaram 7,3% no pregão da B3, em São Paulo. Em Nova York, as ações da Stone perderam 23,7% e as da PagSeguro (empresa do grupo UOL) caíram 9,7%.
O presidente da Stone, Thiago Piau, foi ao canal de investidores e se posicionou sobre o movimento da Rede (leia aqui).
Para o mercado: o que resta é ler os asteriscos de cada campanha e acompanhar os desdobramentos da concorrência. Para as novas entrantes, vale provar que o mercado precisa de solução, não de preço somente.
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