Meios de Pagamento
De assinaturas a doações, a Vindi entrega autonomia e poder aos negócios recorrentes
Fundada em 2013 em São Paulo, a Vindi atende milhares de clientes de diferentes setores. Mas são as de modelos recorrentes que disputam espaço dentro dessa fintech.
Desejada por grandes empresas (em busca de desligamento de softwares legados) e por startups em alto crescimento, a Vindi lidera o que chamam de “Economia da Recorrência“, termo utilizado para ilustrar o mercado de assinaturas no mundo.
Combinando um software de alta escala a um meio de pagamento próprio, construíram uma plataforma de pagamentos num nível mundial em termos de tecnologia. Ano passado a Vindi processou R$1,7 bilhões e a previsão é chegar a R$3 bi nesse ano. O benchmark americano da empresa nos EUA é o unicórnio Zuora, que abriu capital no ano passado e a indiana Chargebee, que direcionam suas estratégias para negócios recorrentes (e de serviços). A empresa lançou no ano passado um dos maiores estudos sobre essa nova economia, leia o report aqui.
A Vindi nasceu num ambiente altamente tecnológico (e já agressivo), o que possibilitou nascer num modelo diferente das empresas financeiras (e de pagamento) de outras épocas. “Isso permitiu entrar diferente no jogo”, afirma o fundador da empresa, Rodrigo Dantas.
De assinaturas a doações, a Vindi dá poder às recorrentes
O grande fator que levou empresas como Whirlpool (assinatura de água), Igreja Universal (doação), Bluefit (planos), Resultados Digitais (billing), HDI (seguros), WiseUp (educação), Palmeiras (sócio torcedor) e Multiplus (e-commerce) a confiarem nessa empresa de apenas 5 anos de existência, foi exatamente o foco em tecnologia de meios de pagamento. Especialmente nas demandas das “recorrentes”.
O setor de serviços, quase 70% do PIB, é gerenciado amplamente nesse modelo de planos, mensalidades e assinaturas. Desde estacionamentos, funerárias, escolas, softwares até saúde, o setor é entendido pela empresa, como um setor que não recebeu a atenção dos meios de pagamento, até então.
“Os maiores cases recorrentes e de alto crescimento estão com a gente”, afirma Dantas, CEO da empresa.
“Gerenciar um negócio recorrente na prática, é altamente complexo, apesar da maioria das pessoas acharem que é mais simples do que os negócios de venda pontual. Mas quem consegue acertar o modelo, tem uma vida mais fácil do ponto de vista de fluxo de caixa e previsibilidade. No Brasil, é ainda pior, já que existem diversas formas de pagamento: boleto, cartões, débito em conta, parcelamento, fraudes, bancos sem APIs amigáveis e isso tudo exige das empresas, diversos pontos de contato”, afirma Dantas.
Em tempos de instabilidade econômica, negócios que usam a recorrência de vendas no modelo, passam por esse momentos com menor instabilidade. Mas, como afirma o fundador da Vindi, outros desafios vem com o modelo: churn (o índice de cancelamento) e uma nova forma de relação com o cliente, são coisas negligenciadas por empresas tentando entrar num modelo de assinaturas.
Lá fora, o mercado também se movimento forte para captar o mercado de serviços. A Zuora, abriu capital em 2018 e está performando muito bem desde então.
Com 110 colaboradores, a sede na Vila Mariana, abriga um misto de engenheiros de software e pessoas de negócio que atendem mais de 4.500 empresas de diversos segmentos. Porém, são as de modelos recorrentes (planos, mensalidades, doações e assinaturas) que procuram a empresa com muita vontade de dar eficiência à parte mais sensível de um negócio que cresce muito: o recebimento. E parece que a estratégia da empresa vai bem, pois a guerra dos meios de pagamento está pautada nas maquininhas, não no setor de serviços que ficou anos sem soluções aderentes.
A empresa tem investimento do Criatec2, fundo de capital de risco gerido pela Bozano Investimentos e vem navegando na transformação digital que empresas têm passado nos últimos tempos. Especialmente, na “morte iminente dos gateways de pagamento” e na oportunidade de capturarem boa grana oferecendo serviços financeiros dentro da plataforma, citou o fundador da empresa, num evento da Thomson Reuters, ano passado.
Mais SaaS (software como serviço) do que fintech, a Vindi promove a transformação digital no setor de serviços.