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Payment Report – Investimento em empresas de pagamento – 2016

O report a seguir foi elaborado à partir de uma pesquisa de meses, consolidando dados e informações de diversas fontes, afim de ilustrar como foi o ano de 2016, para negócios de pagamento no mundo. Bem amplo, o setor é composto por diversos agentes, desde adquirentes até fintechs de pagamento com pouco tempo de vida, que já figuram na lista de empresas que receberam venture capital, seed money e investimento anjo.

R$29 bilhões em investimentos, R$7 bilhões em aquisições.

Esse foi o número de investimentos recebidos das empresas do setor de meios de pagamento no mundo. Identificamos a necessidade de traduzir todos os acordos de dólares para real, por conta do número de usuários que temos mensalmente na nossa plataforma. Além dos investimentos, também publicamos o montante de dinheiro envolvido em aquisições. Cerca de R$6 bilhões de reais foram envolvidos em compra e venda de empresas do setor.

Um negócio que movimentou mais de R$36 bilhões

Obviamente, grandes players dominaram os rankings quando o quesito foi valor. Alguns cases, que já lideram seus segmentos, fizeram rodadas próximas a R$1 bilhão de reais no ano passado. Destaque para o case brasileiro do Nubank, que figurou como uma uma das mais expressivas captações de investimentos no mundo. E para a Ant Financial que chegou a fazer uma transação de R$13 bilhões. O Brasil também foi destaque, co-liderando a lista de países com maiores acordos (deals). As fintechs de pagamento, também receberam grande destaque dos investidores.

O report contempla toda cadeia de pagamento: adquirentes, sub-acquirers, plataformas de pagamentos (P2P, subscription, API’s, paywall, e etc), integradores, anti-fraude, mobile payment, processadoras, exchange de bitcoins, wallets e toda empresa que processa diretamente e indiretamente pagamentos no mundo.

A lista também contém parte dos dados segmentados em: mobile, cards, platform, bitcoins, P2P, wearables e POS (point-of-sale) para facilitar a leitura e análise do relatório.

Distribuição Geográfica

Países com maior número de acordos.

A China distorceu o report por conta do deal com a Ant Financial (braço financeiro e de pagamentos do grupo Alibaba), que assumiu do China Construction Bank e outros investidores o funding de cerca de R$13 bilhões. Valores nunca antes vistos num acordo de fundraising. Dos R$29 bilhões captados, 44% é reflexo do acordo da Ant Financial. Mas também não dava para deixar de fora, já que o investimento vai catapultar negócios como o Alipay, por exemplo.

Os Estados Unidos vem na liderança de número de acordos da lista de 2016. Impactados pelos acordos de Stripe, Affirm e Payoneer, que somados computaram mais de bilhões, o mercado americano, especialmente na região do Vale do Silício, vem demandando fundraising para que startups e grandes companhias continuem crescendo. Casos como o da Zuora, que já captou cerca de R$780 milhões, não foram computados nesse montante, pois a empresa fechou um round sem divulgar o valor (undisclosed amount).

Índia segue depois, capitaneada pelo case da fantástica Paytm e o mercado asiático começou enfim, a colocar dinheiro nas fintechs de pagamento, para conter o avanço de Stripe e Adyen por lá. Bons cases da África também aparecem no relatório.

O mercado que mais obteve investimento na América Latina foi o Brasil, que impulsionado pelas captações do Nubank, levou o país para o patamar ilustrado no report. Sozinha, a super fintech brasileira captou cerca de R$600 milhões só em 2016. Fintechs de pagamento também ajudaram no índice. Cases com da Moneto, 4All e Vindi, sinalizam que o Brasil é um dos grandes mercados no mundo para o setor de pagamentos.

Aliás, um dos grandes desafios da nossa equipe foi exatamente mapear cases brasileiros. Quando não tinham informações sobre deals, faltavam confirmações oficiais. Em todo caso, segue um overview dos principais acordos brazucas.

Empresas Brasileiras

Por tipo de empresa

Não é surpresa, que empresas com foco em infra-estrutura de pagamentos, tenham figurado como “as mais investidas” no ano passado. Plataformas de pagamento, englobando todas plataformas on-line para facilitação de pagamento, distribuição via API’s e processadoras, tenham garantido o maior dinheiro na mesa, quando o assunto é investimento.

Mobile payment e bitcoins, seguiram com forte aumento na tendência de mudança de tecnologia no ano passado. Especialmente para os mercados emergentes na África, onde o mobile é determinante, nosso palpite é que o dinheiro dos fundos vai continuar seguindo esse destino nesse ano também. E teremos uma nova realidade nos investimentos nessa tecnologia.

Maiores valores

O grande case do ano, do ponto de vista de inovação foi o Nubank (é do Brasil!). Por incrível que pareça, a fintech brasileira atingiu o montante de cerca de R$600 milhões – em três rounds diferentes. Captou mais que a americanas Payoneer, Affirm e o Stripe. Mostrando que de fato, ter uma fintech de pagamentos na América Latina, pode ser um bom negócios para empreendedores e para investidores. Por ter tido um ano desafiador em economia e política, o Brasil tende a impulsionar mais acordos nesse ano de 2017, com a melhora possível do momento. Sem contar o caso do cartão Digio, do grupo Elopar, que não divulgou os valores do investimento.

A Paytm, da India, que é uma das fintechs mais desejadas do mundo, também fez bonito e captou cerca de R$200 milhões. Os maiores valores, ficaram na prática na mão de empresas americanas. Destaque também para a Irlandesa Circle, que captou R$200 milhões.

Maiores “deals” X Ano de fundação

Curiosamente, achamos um dado importante: a concentração dos acordos ficaram em empresas com fundação entre 2010 a 2015.

Apenas um investimento expressivo foi feito numa empresa com fundação de 2016 (a Payfully, fintech americana). A brasileira Agipag, que lançou em 2016 sua solução numa joint venture entre a Agiplan e a Stefanini, não divulgou os números dos investimento, portanto não consideramos o acordo nesse dado.

Aquisições

O ano foi marcado também por aquisições. Especialmente para o mercado brasileiro.

O ano começou com o anúncio do Moip – que foi adquirido pela alemã Wirecard (por R$165 milhões de reais). Outro momento importante para o setor de cartões no Brasil foi a super aquisição da Elavon do Brasil, pela adquirente Stone, que não divulgou o valor da aquisição, mas que estima-se que ultrapassa as centenas de milhões. Há a estimativa feita pela nossa equipe de que esse acordo girou em torno de R$400 milhões.

A Payu, apoiada pelo bolso fundo da Naspers, foi na Índia e adquiriu a plataforma Citrus Pay por R$421 milhões. O DPO Group, também adquiriu a Paygate por cerca de U$100 milhões. Agora se é para falar em transação bilionária, podemos citar a Cardtronics que desembolsou cerca de R$1,5 bi para comprar a Directcash (veja a matéria).

Para fortalecer sua presença no mercado australiano, a gigante Global Payments adquiriu a eWAY por U$50 milhões. Já a Ingenico, que tem presença em mais de 170 países com suas soluções POS, comprou a starup Think & Go, a japonesa Lyudia e a Nera Payments de Singapura. O ano também teve o caso curioso do BBVA, adquirindo a fintech Holvi.

O Stripe fez duas aquisições para continuar sua cruzada mundo afora. As startups Teapot (trust and credit API) e a Runkit (node framework technology) foram adquiridas em um curto espaço de tempo.

Para fechar o report das maiores aquisições, a Amdocs adquiriu por cerca de R$837 milhões três empresas, incluindo a plataforma de recorrência Vindicia.

A Visa comprou a plataforma Cardinal Commerce, que provê tecnologia de autenticação, por um valor não divulgado. Seguindo esses passos, a Amex também comprou uma autenticadora, a InAuth. Agora a Bandeira que desembolsou nesse ano de verdade foi a Mastercard, que concluiu a aquisição da VocaLink por R$3,6 bilhões.

Maiores investidores de fintechs e empresas de pagamento

Assim, confira a seguir, a lista compilada por nós em diversos canais de investimento, com os nomes das VC firms que estão de portas abertas para fintechs de todo o mundo:

BBVA Ventures: o Venture Capital do banco BBVA está faminto por inovação, principalmente se tratante do fintechs. Executivos já sondaram algumas startups financeiras brasileiras e já iniciaram as conversas.

Arpex Capital (Brasileira): o fundo Arpex, investe e adquire empresas de pagamento desde sua fundação. Empresas como Mundipagg, Pagar.me, Moip e Capta, investidas e adquiridas pelo fundo, são empresas que se movimentam para a Stone (adquirente do grupo), crescer. Se a fintech conseguir se encaixar dentre os nomes, a Arpex é um bom target.

Santander InnoVentures: essa empresa britânica conta com um fundo de investimento de US$100 milhões, e já investiu em startups como iZettle, MyCheck, Ripple, Kabbage e Cyanogena. Investe exclusivamente em fintechs, e dá preferência a pequenas empresas e a startups.

HC/FT & Oak Investment partners: já investiu na Digital Currency Group, Fastpay, Feedzai, Insureon, Poynt. Essa empresa norte-americana costuma apoiar startups que acabaram de nascer, especialmente aquelas no ramo de informações para serviços de saúde e de fintechs. Somente nos últimos dez anos, seus investimentos já passaram da casa do US$ 1 bilhão de dólares.

Kaszek Ventures (Brasil/Argentina): apesar de origem argentina, a Kaszek é um dos fundos com maior presença no Brasil. investiu em empresas como Nubank, por exemplo. Além disso os criadores do fundo têm no DNA a criação do Mercado Livre e de quebra, o Mercado Pago.

Great Hill Ventures: sediada em Boston, Estados Unidos, costuma investir em empresas com algum tempo de abertura. Seus segmentos preferidos são os de e-commerce, serviços de TI, mídia, software, cloud, educação, fintech, serviços de saúde, e enterprise SaaS. Em seu portifólio estão as empresas PayChoice, Accelerated, Custom House, GTM Group, Billmatrix, e ela costuma investir de US$ 25 a 150 milhões de dólares em cada negócio.

Spectrum Equity: investe em qualquer porte ou estágio empresarial, desde que o interessado seja do ramo de saúde, tecnologia, serviços empresariais ou educação. Seu fundo de investimento atual é de US$ 1 bilhão, e já apoiou as empresas BATS, Ethoca, ExactBid, Ipay Technology, Netquote, Trintech e Seisint.

Prime Capital: apesar de geralmente só investir em novas empresas, abre exceções de vez em quando. Foi fundada em 1946 e gerencia mais de US$ 2 trilhões, os quais investe em empresas do ramo biofarmacêutico, medtech, serviços tecnológicos de saúde e fintechs. Já apoiou a Receivables Exchange, TradeBlock, Tradier e Flywire.

Camden Partners: já investiu na Planet Payments, Network for Good, In Go e BlueFin Payments. Apóia novas empresas e aquelas em crescimento, não só financeiramente como em termos de expertise. Seus segmentos preferidos são os de saúde, tecnologia, serviços empresariais e educação.

Mucker Capital: costuma investir em novas startups e também acredita na importância de não só oferecer financiamento, mas também de participar ativamente do processo de implementação do negócio. Já investiu na Grand Intent, Emailage, Penango, Verifico, e prefere os segmentos de internet, software e mídia.

Omdiyar: esse fundo californiano já investiu na Better Than Cash Alliance, Cignifi, e financia empresas em qualquer estágio de atividade. Seus segmentos preferidos são os de consumo móvel, educação, inclusão financeira, engajamento governamental e do cidadão, e direitos de propriedade. Liderada pelo fundador do eBay, Pierre Omidyar, também apoia organizações em fins lucrativos voltadas para o empoderamento social.

Susquehanna Growth Equity: também apóia empresas em qualquer estágio de atividade, e tem em seu portifólio 29 west, Ballista, CashEdge, Derivix, ESP, Plimus, Versafe. Ela prefere investir em SaaS, fintechs, tecnologia de saúde, internet, serviços de informação e marketplaces. Defende um modelo de investimento mais flexível em termos de negociação e de parcerias.

Outras empresas que devem contar na sua lista de possíveis investidores são as seguintes:

Se você conhece algum acordo que não está nesse report, contate-nos no contato@fintechs.com.br.

Listas completas

Referências

O relatório é de propriedade intelectual do portal Pagamento.me, sendo proibida: sua distruibuição e comercialização sem a autorização da empresa Cinemarock Negócios na Internet Ltda, bem como ser usado como referência em algum veículo de informação. O conteúdo do “Report – Investimento em empresas de pagamento – 2016” é de exclusividade dos assinantes do portal, bem como os apoiadores e parceiros nomeados pelo site.

Foram utilizadas diversas fontes para consolidar o relatório em um único documento. Fontes: Crunchbase, Index.co, Investing.com, Pagamento.me, Mergemarket, Datafox, Angel.co, Coindesk, Venturesquare, Yourstory, Finsmes, Techcircle, e27, Techinasia, Finextra, Startse, The Payers, Startupi, Jornal do Comércio, Registro.br, Bacen

 

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